11.10.06

Os amigos?

Ia escrever qualquer coisa sobre a amizade e de como duvido que mantenha contacto com alguns dos meus agora amigos quando estiver longe. Ia ainda tentar mostrar como faço alguns sacrifícios para manter essa amizade quando do outro lado pouco vejo e béu, béu, béu…

Arrependi-me! Não tenho que escrever sobre este assunto ou sequer estar preocupado com isto.

Assim que aparecerem os momentos menos bons logo se verá quem é amigo ou não. Pensando bem, é impossível e estúpido tentar imaginar quem será meu amigo ou não no futuro e em função disso alterar o meu comportamento agora…

A relação entre mim e um indivíduo X atingirá um equilíbrio (equilíbrio que mais favorece os dois) e portanto ficaremos os dois contentes sem comprometer a felicidade do outro. Pedir mais do indivíduo X é egoísmo e alterar esse equilíbrio pois estabelece um conjunto de regras (quase um contrato) e estraga o de mais belo na amizade, o seu carácter irracional – indomável, inexplicável, sem objectivo, livre...

E aqui está o fim das lamúrias, finalmente!

(Procura-se boa imagem para acompanhar o texto)

14 Comments:

Blogger Mitch Bacano said...

Mas tu tens amigos? ;)

3:34 da manhã  
Blogger Pipeta said...

oh brunolito os amigos não têm raciocínios desses em relação aos seus amigos porque sabem que esses amigos se são amigos, amigos são.
os amigos não vão p o café todas as 6ªs feiras mas quando se telefonam ou emailam de 4 em 4 meses conseguem resumir tudo o q se passou no intervalo mt depressinha pq n precisamos de estar a explicar timtim por timtim pq eles nos conhecem e já sabem da missa a (nossa intrínseca) metade.

12:31 da tarde  
Blogger jo said...

a pipeta disse tudo!! o facto de estares longe n significa nada!! e depois existem os telefones, os e-mails e o melhor de tudo: as férias da páscoa!! =D lOloLol
aproveita o agora e pensa no depois quando for "o agora"!!
bjuu ** * **

P.s-Nico, és mm VIL!!

4:55 da tarde  
Blogger Brunolito said...

Pipeta e jo, não tive pensamentos daqueles em relação todos os que conheço mas só para alguns, poucos, mas que me afligiu qb.

Depois alterei a minha visão no assunto para "não preocupação" por ter reparado que amigos são agora aqueles que ficarão no futuro.

Mas o me perguntava durante a primeira abordagem a este "quem é amigo" era como separar os verdadeiros amigos dos que apenas procuram o convívio (mas que não significa mais do que passar o tempo de maneira mais agradável).

Uma das estratégias que achei correcta na altura seria analisar quem comigo passa tempo (ou tem vontade disso) fora do horário da faculdade. Não criei nenhum limite mínimo de "encontros de 6ª feira" mas apenas uma medida aproximada da vontade de confraternizar com o je.

Nesse tal dia de duvidas e pouco estudo imaginava-me a falar com alguém pelo messenger durante meses e numa viagem de visita cá, pimba, impossível encontrarmo-nos porque o peixinho da vizinha da sua tia-avó morreu... Esta desculpa esfarrapada serviria apenas para não investir na amizade mais do que uns movimentos de dedos, evitando assim o sacrifício enorme de descer do prédio e vir ter com o "amigo" (ou atravessar o rio ou outra coisa qualquer que me parece tão simples e que já agora não fazem). É só disso que tinha receio...

Talvez estivesse a ser infantil e a pensar apenas em mim, mas digo-vos, a situação do parágrafo anterior não é tão inverosímil quanto isso se tomar em conta o que já vi acontecer comigo e outros à minha volta.

2:45 da manhã  
Blogger Mitch Bacano said...

Acho que o rio deve ter crocodilos!

2:51 da manhã  
Blogger Mitch Bacano said...

Agora a sério (hum...sera que não estava a ser sério antes?).
Eu nunca pensei nos amigos, nem em como fazer amigos, nem em como guardar amigos, ou em como "agradar" aos amigos, porque acho simplesmente que há certas coisas na vida que não temos de tentar perceber.
Felizmente não há ciencia dos amigos, ou senão ja não haveria amizade, mas vínculos de interesse mutuo.
No dia em que a amizade, o altruismo, o amor, etc..., vão poder ser explicados por formulas matematicas ou teorias científicas (a neurobiologia está no meio desta problematica), será que a Humanidade perecerá? Ou seremos enfim livres da dura condição humana que Pandora nos obrigou a carregar quando abriu a caixa oferta por Zeus?

Acho que por enquanto o melhor é deixarmos os poetas, escritores, pintores, musicos, arquitectos, fotografos, cineastas, escultores e outros artistas, a tarefa de procurar o que é o Belo, esse Belo que é o conjunto de todas as nossas perguntas.

5:59 da tarde  
Blogger Daniel said...

Eu até ia escrever aqui a minha opinião, mas deu-me a inspiração para escrever um post inteiro, pelo que... até já!

8:18 da tarde  
Blogger Daniel said...

Mas a propósito de amigos... se estamos a falar de saber quem é realmente amigo, será que é difícil saber a verdade? Os verdadeiros amigos são aqueles com quem basta um único gesto, um único olhar, um único abraço, um piscar de olho, uma única palavra, e está tudo dito. Independentemente das coordenadas históricas, culturais, sociológicas, geográficas, ou o que mais queiram inventar para meter aqui. Os verdadeiros amigos são, e são-no quando os pomos à prova. São aqueles que estão lá na altura certa. Os outros são apenas amizades ou conhecidos, coisas fugidias que hoje são, mas amanhã já o deixaram de ser. Como saber se és meu amigo? Sentir! Os verdadeiros amigos não só se sabem sentir a si, como um ao outro em simultâneo. E isso é que é a amizade. Ou como dizia Aristóteles, "A amizade é haver uma alma em dois corpos".

8:29 da tarde  
Blogger Daniel said...

Quanto a equilíbrios... bem, o que acho é que entre duas pessoas ou existe uma ligação, ou então não existe. Se já existe uma ligação, então é inevitável que se consuma o vínculo (amizade), e esses são os verdadeiros amigos. Se não existe ligação, das duas uma: ou ela é criada, ou então não é possível criá-la. Se não for possível criar uma ligação, um compromisso, então não existe aquilo a que chamamos amizade. Se for possível criar essa ligação, então é possível que haja amizade, mas, como em tudo, esta tem que ser trabalhada, bem oleada e nutrida para que possa crescer e desenvolver-se. A diferença que há entre a ligação que já existe e a que é criada é que, a terminar a amizade, a primeira permanece, mas a segunda morre. É de notar que, em qualquer um dos casos, a amizade continua a ser uma ponte que é construída para ligar duas pessoas. Mas cada pessoá só consegue construir (ou manter) metade da ponte, pelo que, se a outra metade não for segura, a ponte cai, por muito que nos esforcemos a construí-la.

Segundo aquilo a partir do qual podemos ter percepção, faz sentido notar que aquilo que é criado de início, à semelhança de algo vivo, nasce, cresce e senesce. Aquilo que já existe, e ao qual não podemos reconhecer nascimento, não nos parece que deverá ter morte alguma...

9:32 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Admiro te, brunolito, porque consegues medir a amizade....

7:11 da tarde  
Blogger Pipeta said...

bom...... não sei... os amigos são os amigos... e.....


bem, a única maneira de não nos desiludirmos com uma pessoa, é não esperarmos nada dela.

9:44 da tarde  
Blogger Daniel said...

epa... eu não estava lá muito bem disposto, mas depois de tudo isto conseguiram fazer com eu ficasse inspirado pois ainda há pessoas interessantes no mundo, conversas interessantes, e conversas que conseguem, de facto, chegar a algum lado!...

E agora um conselho pó bixo: devias ser menos preguiçoso e participar mais, porque quando levas as coisas sérias a sério até dizes coisas acertadas! ;p

4:21 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Já não és meu amigo Bruno, como foste fazer isto?
Mais, se pensas que vou criar o teu filho sozinha, bem que podes esperar sentado. Os teus pais vão saber disto, ok?

10:36 da tarde  
Blogger Brunolito said...

Mas que grande tumulto se levantou à conta disto. Não estava mesmo à espera...

Repetindo o que escrevi no post e indo (acho que) de encontro ao que a pipeta e o mitch disseram, não vale a pena fazer previsões (pois a amizade é demasiado "estranha" e esperar algo de alguém levaria certamente à desilusão, resta-nos uma muito breve esperança de que o desejo se realizará contando sempre com o pior). Apesar da complicação em que nos metemos ao falar deste assunto, é saudável pensar nestes assuntos, a conclusão pode ser desajeitada, mas umas linhas mestras num assunto de tanta importância só podem fazer bem... E essas linhas mestras para mim são as que escrevi no post.

O meu comentário ao post corresponde a umas quantas ideias erradas que tinha antes (não que as do post estejam correctas, mas são as mais actuais...).

Agora, eu nunca me referi a rambóia. Pensei sempre num almoço, jantar, lanche, ceia, tudo menos rambóia em que é impossível falar e ouvir como deve de ser. Pensava (verbo no passado!!) que seriam importantes jantares ou almoços para a amizade mas agora não me preocupo com a ausência destes.

Quanto a medir uma amizade queria apenas de colocar aqui duas ideias:
.a amizade mede-se, todos temos amigos de quem gostamos mais em detrimento de outros (embora não estivéssemos a falar deste tipo de medição achei importante colocar isto aqui)
.a tentativa/necessidade de medir a amizade deve-se à ansiedade que estava a sentir na altura mas que, felizmente, já passou, o assunto é demasiado complexo (impossível mesmo) para se poder estabelecer qualquer tipo de escala comparativa.

Finalmente, a noção de equilíbrio de que falei e a ligação que o Daniel descreve penso que tratam da mesma coisa e são até complementares. A ligação estabelecer-se-á entre dois indivíduos em que o equilíbrio atingido pelas duas partes não varie em demasia em relação ao que cada um tem em mente do que deve ser uma relação entre amigos.

P.S. Desculpem a repetição de ideias!

2:54 da manhã  

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