Du Pouvoir et du Contre-Pouvoir
Hoje fui a uma mais uma concentração! Não de motares, não. Foi uma realizada em frente a embaixada de Israel para mostrar o desagrado face ao ataque ao Líbano.
Estava lá bastante pessoal, com as caras que começo a reconhecer, e consegui fugir as câmaras de televisão.
Eu estava lá porque acho triste estarem a acabar com os dois únicos países da região que estavam mais virados para o "ocidente", o Líbano e o Iraque. Países que ficam mal no panorama estabelecido onde se quer uma grande diferença entre "Ocidente" e "Países Árabes" para haver um dito “choque de culturas”. Assim podermos dividir o mundo em dois, como no bom tempo da guerra-fria, com os EUA a exercerem um papel de hegemonia. O poder só é visível quando há oposição de forças.
No Iraque, mesmo com a ditadura do Saddam, havia uma certa abertura de espírito (coabitavam varias religiões e fracções politicas) e havia uma liberdade de expressão. No Líbano, houve sempre fortes laços com o Ocidente (e outra vez mistura de religiões) ao contrário de outros sultanatos e repúblicas da região. Enfraquecidos esses países, podemos então sem problemas implantar a ideia de termos de um lado uma sociedade judeo-cristã versus uma sociedade islâmica do outro. As razoes para tal são imensas e podemos passar horas a discutir sobre isso, uns dizendo que é religioso/politico, outros económico, outros tudo ao mesmo tempo. Mas o que interessa é que o resultado dessas jogadas (tipo Risk ou Age of Empire) mata todos os dias dezenas de civis nos diferentes campos e isso não podemos tolerar.
"Si chacun des groupes ethniques, religieux ou linguistiques prétendait au statut d'Etat, la fragmentation n'aurait plus de limite et la paix, la sécurité et le progrès économique pour tous deviendrait toujours plus difficile à assurer." [Boutros Boutros-Ghali]
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