29.7.05

ai jesus!

Impressionante é o modo como as pessoas falam de deus à boca cheia sem o conhecerem ou sem sequer se aperceberem disso. Ou até sem acreditar nele... enfim, imaginem alguém a dizer: "ai coitado daquele moço que morreu naquele acidente... eu não acredito em deus porque, se ele existisse, estas injustiças não aconteceriam". Quer dizer, do pouco que sei (que é nada), tenho a impressão que pessoas morrem em acidentes porque existem outras pessoas que as matam. Claro que isto também é consequência do modo como o cristianismo está arreigado em solo português. Não que isto seja mau ou bom (pessoalmente, acredito que seja mais para o bem que para o mal), embora os excessos do catolicismo sejam, de facto, maus (catolicismo leia-se igreja católica). É a tendência humana para descartar responsabilidades. A culpa de alguém morrer num acidente é de todos: é do estado porque não garante que a qualidade das estradas seja a melhor, é das pessoas que bebem e que põem em risco a sua vida e a vida de outras, é nossa porque nos sentamos especados em frente ao televisor a ver os telejornais sensacionalistas que não se coíbem de mostrar toda a miséria e todos os desastres possíveis e imaginários (com pormenores) e não fazemos nada.

Infelizmente, isto é assim desde há muito tempo. Vejam Galileu. Que disse ele? Que a Terra gira à volta do Sol. Pois, por casualidade, isso esbarrava em todas as teses erigidas pela igreja católica até então, e ele foi alvo de um longo processo que culminou com o seu julgamento. Apenas porque escrevia algo que estava contra a Bíblia.

Mas esperem lá... contra a Bíblia ou contra a interpretação que dela fizeram esses "homens de fé" do século XVI/XVII? São duas coisas extremamente diferentes. Trata-se claramente de um erro de raciocínio: considerar um texto religioso como verdade absoluta ou simplesmente como um relato histórico exacto. Um texto religioso tem uma forte componente simbólica que é comum a toda a temática que aborda. Todos os episódios que mostra são mostrados para significar algo, para que deles se possam extrair ensinamentos válidos que orientem a conduta humana. Não é, de maneira nenhuma, um relato fidedigno: é bastante subjectivo e nada objectivo. E tentar compreender uma temática subjectiva com instrumentos lógicos, objectivos, é um erro enorme. Simplesmente porque algo que é subjectivo tem uma lógica que escapa à lógica objectiva de uma análise objectiva. É como tentar compreender o que é o amor de um modo objectivo. O amor não é objectivo. O amor é extremamente subjectivo. Podemos tentar compreender o que é o amor com instrumentos lógicos, mas será que chegamos a alguma resposta válida? Faz sentido dizer que o amor é um conjunto de hormonas, fluidos libertados ou impulsos sinápticos? Faz sentido dizer que a verdade é um conjunto de palavras? Faz sentido dizer que a justiça é um conjunto de leis?

A meu ver, trata-se de uma tacanhez de raciocínio, esta, que leva a considerar temáticas complexas de uma forma simples. Acontece que há temáticas que, por si só, não são simples e, logo, não podem ser consideradas de maneira simples. Não podem ser ser decompostas em fracções mais pequenas e analisadas isoladamente, mas antes têm de ser analisadas de forma complexa.

E compreender algo assim dá trabalho. Por isso não nos podemos limitar a raciocínios tão fáceis ou mais cómodos. Não nos podemos dar ao luxo de desprezar o que é o mais importante.

A Culpa é sempre dos outros!

Ja ouvi tantas vezes frases do tipo : “Ai meu deus !! O que fizemos a deus para merecer isso tudo !” que um dia tive de me passar! Eu respeito as crenças das pessoas e por isso não digo nada nem me importo com isso, mas acho que cheguei a um ponto que ja não posso ignorar esse fenomeno de por as culpas do que acontece nos outros, que seja os deuses, o Sistema, os americanos, a CIA, a Al-Qaeida, o Marilyn Manson, os marcianos....
Quando é que vamos para de por as culpas nos outros?? Quando é que a causa, o problema e a solução vão parar de ser coisas extra-pessoais?? Quando é que é que as pessoas vão compreender que a culpa ou a solução està neles??

Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve
Você e pode e você deve, pode crer
[Gabriel o Pensador - Até Quando?]

Porque nesse dia, vamos poder mudar as coisas! Em vez de esperar que o problema se soluciona sozinho, por magia ou milagre, vamos por as mãos na massa e tratar disso!
As crianças morrem em Africa. “Coitadinhas, Meu deus, elas não tem culpa! Ha mesmo pessoas muito mas nesse mundo!” Claro essas pessoas somos nos todos que não fazemos nada alem de lamentar! “Ai meu deus, este pais esta de rasto! Tanto desemprego, a seca e tal!” : Faz algo para mudar isso! “Como?” Como?Para ja, para de te lamentar! Junta te e muda as coisas! Para o desemprego tenta mudar o sistema economico! Para a seca, para de poluir e tenta fazer com que os outros parem tambem!

Muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quandoa gente manda ninguém manda na gente

Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro
[Gabriel o Pensador – Até Quando?]

27.7.05

Soyez réalistes : demandez l'impossible!

Ya Basta ! Como voces devem saber, é o grito de apoio aos indios do Chiapas que lutam, atraves do Ejercito Zapatista de Liberacion Nacionale, para um reconhecimentos dos seus direitos pelos Estados Unidos Mexicanos e tambem contra a actual mondialisação capitalista.

O que tera a ver direitos dos indios e mondialisação??
Tudo!
Vamos rapidamente definir a mondialisação numa repartiçao do mundo em 3 :
-Os que comandam as reinas do mundo, Multinacionais, Organisações ultranacionais que passam acima das leis nacionais. Assim as entidades nacionais não controlam nada, e é por isso que os antimondialistas querem que haja leis que impedem isso : ver Taxa Tobin.
-Os que consumem, sociedades de consumo cujo unico objectivo é consumir e que correspondem as actuais sociedades occidentais
-E os que produzem, mão de obra explorada que não tem o poder de compra e que correspondem aos paises “em via de desenvolvimento”

Assim as pessoas que não entram nesse esquema não servem de nada para o sistema e são assim “dispensaveis”...é o que acontesse com os indios do Mexico, do Brasil, do Peru e muitos outros....Assim percebes se logo que o EZLN foi um dos percursores da luta anti-mondialisação quando saiu para a cena internacional em 1994. Desde então continuam a luta de forma pacifica (o que acho fundamental para mostrar que podemos lutar sem armas!!) e esperemos nos que consiguem o mais depressa possivel os seus objectivos!
Hasta La Victoria Siempre!

Surtout, soyez toujours capables de ressentir au plus profond de votre coeur n'importe quelle injustice commise contre n'importe qui, où que ce soit dans le monde. C'est la plus belle qualité d'un révolutionnaire. [Ernesto Che Guevara]

26.7.05

hmmmm...

hmmm... o meu post é numa linha completamente diferente dos outros todos mas quando me convidaram não me dixeram se este blog tinha algum tema em especial então vou escrever sobre o k me apetece.
E o k me apetece dizer agora é... porra o Estaline tinha razão kd dixe k o imperialismo era a fase final do capitalismo, sim... o k são os E.U.A. senão um império k se veio a crescer e anexar territorios durante este tempo todo. E vcs agora ficam nakela... " o k? anexar territorio??" e eu digo vos sim... grande parte da África não é propriedade dos E.U.A.?? Pelo menos age como tal controlada como marioneta pelos fios das dívidas externas, o k só demonstra uma coisa, eles aperfeiçoaram uma maneira muito melhor de de controlar territórios, o colonialismo económico.
São libertadores onde lhe interessa (como no Iraque mas já lá chegarei) mas kd isso n é vantajoso económicamente apoiam opressores e atenuam infracções como é o caso israel/palestina, em k territorio palestiniano foi simplesmente anexado pelos israelitas e e dpx inda se censuram as acções terroristas palestinianas como se eles n tivessem direito de estar fulos por terem sido arrancados de territorio originalmente deles, e porquê k os EUA n libertam a palestina e continuam a atirar arei para os olhos das Nações Unidas? Ora... pk Israel tem ligações mt fortes a nivel economico com os EUA claro e por ixo se a liberdade e justiça poe em perigo os interesses economicos da potencia mundial... entao n ha liberdade e justiça para ninguem. Outro pormenor k eu axo engraçado eh k os ditos actos terroristas dos palestinianos se repararem nas noticias têm em regra geral, alvos militares, ja as incursões do exército israelita são sempre dirigidas a civis, são atakes feitos indiscriminadamente à população civil palestiniana, or recordem me la... kem e k são os terroristas?
Sem kere aprofundar a kestão do iraque, pelo menos não neste post, só kero deixar aki estas ideias, o iraque era,(bom ainda o é na minha opinião mas pronto), a birmânia também. A quantidade de iraquianos k keriam a keda do regime n superava em muito a quantidade dos k o apoiavam, na birmânia grande parte do povo tem esse desejo e os apelos são constantes. No iraque há petroleo, na birmânia não. A birmânia ainda tem o mesmo regime.

Ser ou não ser...

Se eu fosse totó, estaria certamente a frente do meu computador a ler este texto,
Que não passa de uns rabiscos de pouco jeito.
Se eu fosse totó, ficaria acordado durante a noite até tempo perder,
A frente da TV ou então a jogar no PC, em vez de dormir para acordar cedo e o sol ver nascer.
Se eu fosse totó, ficaria fechado em casa a falar pela net todo o dia,
Em vez de sair e encontrar os amigos num café ou num parque, mas não num centro commercial!
Se eu fosse totó, não teria namorada, não porque sou chato e feio, mas porque não tenho vontade para tal.
Se eu fosse totó, não ligaria a politica nem ao resto do mundo, porqué pensar nos outros? Se nem consigo pensar em mim...
Ah! se eu fosse totó...pelo menos poderia
Por um nome naquilo que sou hoje em dia.

Diario de um Totó entototizado

Le temps ne fait rien à l'affaire ; quand on est con, on est con. (Georges Brassens)

a verdade e as verdades

Um problema muito humano, natural, e que sugere extrema discussão é a questão da verdade. Afinal, o que é a verdade? Existe alguma verdade? Estamos apenas rodeados de pequenas verdades, pequenas e particulares para cada pessoa? Afinal o que norteia as nossas acções?

É um tema interessante. De um lado, dizem uns que a verdade é única e apenas uma. É una com o Uno, tudo contém e com tudo se relaciona, é o nada e o tudo, e preenche tudo aquilo que nos rodeia. Portanto, o que é bom, aquilo que deve guiar as nossas acções, deverá ser a defesa e a instauração dessa verdade, universal e terminantemente válida. A filosofia taoísta concorda com esta visão. Se perguntássemos a um budista, porém, ele diria que não existe nenhuma verdade no mundo. Ou seja, a única verdade acerca do mundo, do universo, é que não existe nenhuma verdade especial: o mundo é como é e nós só temos que o ver tal e qual aquilo que ele é. Cristãos diriam: a verdade é a verdade de Deus. Muçulmanos contra-atacariam: é a vontade divina de Allah. Espiritistas poderiam dizer que a verdade é aquilo que ilumina o espírito. Hinduístas, que a verdade é a libertação do ciclo do eterno sofrimento a que estamos votados. Xintoístas, confucionistas, maniqueístas, mazdeístas, xamanistas, druidas, wiccans, ... cada qual iria expôr a sua crença, a sua fé, o seu achar. A verdade é uma e perfeita em si mesma.

Mas isto falando no plano da religião. Se perguntássemos a filósofos, as opiniões divergem. Ora para uns é absoluta, ora para outros é relativa. "Existem tantas verdades quantos os homens", poderiam argumentar alguns. Esses podem achar que não existe qualquer perfeita verdade, que é o homem que constrói a própria ideia de verdade e, logo, esta será relativa consoante as coordenadas históricas, sociais, culturais, filosóficas, pessoais e outras que tais. Tudo é relativo (como diria Einstein), e portanto não podemos afirmar que a verdade é una e absoluta, mas antes relativa e fragmentada, que toma vários rostos consoante os propósitos dos homens.

Como superar este conflito? Tarefa difícil, esta, de conciliar dois opostos extremados. Mas, se repararmos bem, descobrimos que ambas as posições estão certas. E ambas as posições estão erradas. Por um lado podemos notar que cada pessoa tem as suas verdades, ou seja, aquilo que para elas é verdade. Numa dada situação específica, inserido num determinado contexto específico, a solução será esta e não aquela, de modo a que a solução se encaixe perfeitamente na resolução do problema ou que oriente a conduta humana numa dada situação. Porém, isso será num contexto, ou seja, no domínio do relativo. Quando vemos toda a história humana percorrer-nos os olhos podemos notar que as descobertas e revoluções no pensamento humano - com tradução no plano físico ou pela execução de notáveis obras, sejam conceptuais, sejam artísticas - sempre caminharam para uma evolução e aperfeiçoamento. Ou seja, mesmo considerando todas as pequenas verdades que cada pessoa buscou em cada momento da história, e que eram particulares para si, o todo, no sentido de humanidade, caminhou para a evolução. É até um aspecto inato, como Darwin nos mostrou ao nível físico. Mas também apresenta a sua correlação com o domínio do não-físico, acrescento. A história da filosofia pode atestar esta posição (por exemplo, a tríade hegeliana). Portanto, se a evolução faz parte da verdade, então, se é inevitável caminharmos para a evolução, seja a evolução uma das faces da verdade - se não mesmo ela própria. É difícil expressar temas destes por palavras!

Assim, todas as pequenas verdades pessoais podem estar contidas numa grande verdade global isto é, podem não ser mais que facetas da mesma verdade. O que significa que ambos os aspectos são complementares e não apenas opostos. Ambas as posições estão erradas porque cada uma delas se distancia da outra, não permitindo a sua compreensão mais alargada. Ambas estão certas porque cada uma delas promove um certo aspecto daquilo que aqui chamarei de verdade, seja ela a busca da dita "verdade", quer exista ou não.

O universo é algo bastante complexo e, ao mesmo tempo, bastante simples. Simples até demais para a nossa compreensão. Não vejo qualquer contradição entre as duas posições que expliquei acima; aliás, acredito que ambas demonstram a complexidade dos nossos pensamentos e ambas demonstram também a falta de simplicidade destes. A nossa mente tem a tendência para dividir e retalhar assuntos complexos, as coisas que não consegue compreender directamente. No fundo, acho que isso é apenas uma limitação da nossa mente e que pode ser facilmente descartada se evitarmos pensar demasiado e procurar mais a essência das coisas. Talvez estas duas posições não sejam nada e a verdade seja antes cada posição em simultâneo e ambas fundidas em si. Talvez a verdade seja realmente simples e as palavras que usamos para descrever essa coisa que vemos (que é só uma) é que insistem em complicar o esquema. Mas enfim, nós vamos tentando.
Afinal, somos apenas humanos...

24.7.05

Filosofias de vida!!!

... a vida...
como e curta... tantos planos k fazemos e tao pouco tempo para os realizar... ou n...
julgo k o "segredo" de saber viver e precisamente aproveitar cada momento ao maximo!!!
Carpe Diem, la esta!!!! essa grande filosofia, d viver cada momento como s fosse o ultimo!!!
MAS, n e à maluka!!! la por ser aproveitar ao maximo n ker dzr k saimos por ai a fazer td o k nos passa pela cabeça sem pensar nas consequencias... sim, porque a vida sao 2 dias e temos d viver o 2 em consciencia com o k fizemos no 1!!! ...consciencia... pergunto.m s nos dias k correm o significado desta palavra e conhecido... enfim... parece k n!!!
Mas este e 1 problema k advém da magnifica caracteristica do ser humano denominada egocentrismo!!!! cada vez mais, este e um problema (sim, problema!!!) inerte a raça humana!!! n o seria s n fosse levado tao ao extremo, ao ponto d se tolerar k a cada 30 segundos morra 1 criança à fome em paises sub-desenvolvidos enkuanto noutro canto do mundo um papa compra ao seu rebento 1 miniatura do seu novo automovel e lhe organiza uma festa de milhares d euros para celebrar mais um aniversario...
enfim, resta.m apenas viver na esperança k a nossa geraçao saiba transmitir valores realmente importantes, por forma a mudar este cantinho k mts julgam ser o centro do universo mas k n passa de 1 grão de areia perdido no deserto, xamado Mundo!!!!
e precisu e dar o 1 passo...

Ao principio estava o verbo...

Mas o verbo de acção ou o verbo de linguagem? Claro que a acção é uma forma de linguagem ou senão não haveria razão para o sexo...quer dizer para chegar a isso inventa-se qualquer razão...mas o que eu queria dizer era que mesmo se o acto é uma forma de expressão, de linguagem, ha uma diferença entre eles.
Ha pessoal que actua sem pensar e ha outros que pensam sem actuar. O que é bom é pensar para melhor actuar. Porque actuar para depois pensar dà sempre chatices, sobretudo se tiveres feito merda....

S'il est bon de ne rien dire avant de parler il est encore plus utile de réfléchir avant de penser. (Pierre Dac)

Assim pensar e criticar são optimas formas de justificar os teus proximos actos. E depois autocriticar as tuas proprias criticas! Para assim ninguem dizer que és um gajo muita estupido e tal! Isso é que é pensar!
Mas de outro lado (critica) se tu criticas a tua propria critica, então estas de acordo com o objecto da tua critica.
Não! (ai vem a autocritica da crica...oups...da critica) A critica não é um circulo, onde se não estas de acordos tens de voltar sempre ao ponto de partida! Ao contrario, a critica, se for bem feita claro, isso équivale a ser pensada e não fundamentada em pressupostos (que como sabemos na sua grande maioria das vezes estão errados), leva o pensamento para outro nivel, e assim vão se construido as coisas. Claro porque critica para critica é que não! Politiquisses pacovias é que não!

A critica tem de ter um objectivo constructor e não destruidor!

L'activité paranoïaque critique est une force organisatrice et productrice de hasard objectif.(Salvador Dali)
Le critique a toujours le mérite imbécile de se prendre au sérieux. Il n'a d'ailleurs souvent que celui-là (Jean-Marie Poupart)